sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A busca




A busca

Era uma manhã ensolarada de domingo e Guta resolveu levantar mais cedo para colocar tudo em dia, organizar o guarda-roupa, ir à feira e na volta passar na locadora para pegar um filme, uma comédia romântica, para dar uma variada no seu estilo policial em ação, como de costume. Trouxe flores para enfeitar a casa e morangos para degustar com creme durante o filme nada sugestivo.
Já de volta, ao cruzar com um belo rapaz alto e forte no elevador de seu prédio, trocaram algumas palavras. Ele novo morador e ela, cheia de sacolas, das quais ele apanhou algumas para ser cordial com aquela linda dama. E enquanto o elevador percorria os quase  quinze andares, até o topo da cobertura da gata solitária, ele pôde ler o título do filme em suas mãos e não se conteve com um elogio pela acertada escolha. O fofo não só já havia assistido, como já havia lido o livro, do qual pôde fazer um comentário que elogiava mais o trabalho literário do que o cinematográfico.
Já no andar da cobertura, Guta se despediu do moço e agradeceu com um entusiasmado sorriso mas não o convidou para entrar. E ele, ávido por um próximo encontro, disse morar no sexto andar, apartamento seiscentos e cinco e que possuía vários títulos similares e comédias românticas que a bela certamente adoraria. Despediram-se e Guta acompanhou o fechar da porta do elevador, ainda com o sorriso no rosto.
Voltou-se para a porta de entrada de seu apê e como num respirar fundo pensou que a vida ainda era chata e vazia. Havia muito o que fazer para organizar o seu dia. Ele não fazia o seu tipo, encantador demais, agradável demais, o dia seguinte seria segunda, teria que acordar bem cedo para dar uma boa corrida e depois seguir para o escritório e o pior, ele realmente gostava de comédias românticas. Pegajoso e excessivamente gentil!

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